Caros alunos,
Vamos fazer uma análise de uma redação nota 1000 para que vocês percebam a estrutura de um texto dissertativo. Nesta atividade, estão elencadas as quatro últimas competências.
- As questões: 1, 2, 3 e 5 / Competências: 2 - Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa e a 3 - Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Conteúdos: estrutura de uma redação, contexto, tese/problema e tipos de argumentos;
- Todas as questões /competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação; Conteúdo: conectivos;
- Questão 4: /Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Antes de iniciar atividade, assista aos vídeos sobre conectivos e estrutura do texto dissertativo-argumentativo .
Bom estudo!
Bom estudo!
Um breve resumo sobre
Conectivos.
Os conectivos, também chamados articuladores do discurso, são palavras ou expressões que ligam frases e orações, possibilitando a construção de uma sequência de ideias.
Permitem a articulação das diferentes ideias apresentadas ao longo de um texto, são essenciais nas redações, proporcionando a estruturação da introdução, do desenvolvimento e da conclusão.
Assim, os conectivos contribuem decisivamente para a coesão textual, facilitando a transmissão e compreensão da mensagem.
A estrutura do texto dissertativo-argumentativo
Por se tratar de um texto dissertativo-argumentativo, a estrutura da redação é divida em 3 partes:
- introdução: demonstrar a compreensão do tema, identificar o problema e apresentar a tese;
- desenvolvimento: defender a tese com argumentos;
- conclusão: resumir os pontos principais, chegar a um fechamento e propor uma intervenção sobre o problema.
Agora, leia a redação abaixo:
Luísa Mello, 2019
Redação nota 1000
"A primeira exibição pública do cinema ocorreu no ano de 1895 na França e, aos poucos, difundiu-se para todas as nações, sendo ainda uma grande fonte de entretenimento, inclusive no Brasil. Além disso, é notória sua função social ao proporcionar aos espectadores tanto uma atividade de lazer quanto uma propagação de informações e de conhecimentos, como os documentários e os filmes contendo alusões históricas. Nesse viés, a Constituição brasileira de 1988 determina o direito ao entretenimento a todos os cidadãos, assegurando o princípio da isonomia. Entretanto, o acesso aos cinemas no país vem deixando, grandemente, de ser democrático, sobretudo devido à segregação espacial e aos elevados custos, ferindo o decreto, o que demanda ação pontual.
Decerto, o processo de urbanização brasileiro ocorreu de forma acelerada e desorganizada, provocando o surgimento de aglomerados no entorno dos centros urbanos. Diante dessa conjuntura, essas periferias sofrem, de modo geral, históricas negligências governamentais, como a escassez de infraestrutura básica, de escolas e de hospitais. Não obstante, tais regiões também carecem de espaços de lazer, como os cinemas, que, majoritariamente, concentram-se nas áreas centrais e de alta renda das cidades. Assim, corrobora-se a teoria descrita pelo filósofo francês Pierre Lévy de que “toda nova tecnologia gera seus excluídos”. Portanto, o cinema, sendo uma inovação técnica, promove a segregação dos indivíduos marginalizados geograficamente.
Ademais, a maioria dos cinemas pelo Brasil cobram altos valores pelos ingressos das sessões, o que se torna inviável para grande parte da população, haja vista a situação econômica de crise que o país enfrenta, em que muitos indivíduos se encontram desempregados ou possuem baixa renda familiar. Desse modo, descumpre-se a determinação da Constituição Cidadã de igualdade de acesso ao lazer pela população, especialmente um entretenimento tão difundido entre a sociedade e de grandes benefícios pessoais, como a aquisição de informações e a ampliação da criticidade. Por fim, ratifica-se a tese desenvolvida pelo jornalista brasileiro Gilberto Dimenstein acerca da Cidadania de Papel, isto é, embora o país apresente um conjunto de leis bastante consistente, elas se atêm, de forma geral, ao plano teórico. Logo, a garantia de igualdade de acesso ao cinema pelos cidadãos não é satisfatoriamente aplicada na prática, impulsionando a segregação social.
Observa-se, então, a necessidade de democratização dos cinemas no Brasil. Para tanto, é preciso que a Ancine – Agência Nacional de Cinema – amplie o acesso da população aos cinemas. Isso ocorrerá por meio do incentivo fiscal às empresas do ramo, orientando a construção de mais cinemas nas regiões periféricas, a redução dos preços dos ingressos e a concessão de gratuidade de entrada para a parcela da sociedade pertencente às classes menos favorecidas, como indivíduos detentores de renda familiar inferior a um salário mínimo. Dessa forma, mais brasileiros terão a possibilidade de acesso aos cinemas e, finalmente, a isonomia será garantida nesse contexto, reduzindo a desigualdade entre a população."
Decerto, o processo de urbanização brasileiro ocorreu de forma acelerada e desorganizada, provocando o surgimento de aglomerados no entorno dos centros urbanos. Diante dessa conjuntura, essas periferias sofrem, de modo geral, históricas negligências governamentais, como a escassez de infraestrutura básica, de escolas e de hospitais. Não obstante, tais regiões também carecem de espaços de lazer, como os cinemas, que, majoritariamente, concentram-se nas áreas centrais e de alta renda das cidades. Assim, corrobora-se a teoria descrita pelo filósofo francês Pierre Lévy de que “toda nova tecnologia gera seus excluídos”. Portanto, o cinema, sendo uma inovação técnica, promove a segregação dos indivíduos marginalizados geograficamente.
Ademais, a maioria dos cinemas pelo Brasil cobram altos valores pelos ingressos das sessões, o que se torna inviável para grande parte da população, haja vista a situação econômica de crise que o país enfrenta, em que muitos indivíduos se encontram desempregados ou possuem baixa renda familiar. Desse modo, descumpre-se a determinação da Constituição Cidadã de igualdade de acesso ao lazer pela população, especialmente um entretenimento tão difundido entre a sociedade e de grandes benefícios pessoais, como a aquisição de informações e a ampliação da criticidade. Por fim, ratifica-se a tese desenvolvida pelo jornalista brasileiro Gilberto Dimenstein acerca da Cidadania de Papel, isto é, embora o país apresente um conjunto de leis bastante consistente, elas se atêm, de forma geral, ao plano teórico. Logo, a garantia de igualdade de acesso ao cinema pelos cidadãos não é satisfatoriamente aplicada na prática, impulsionando a segregação social.
Observa-se, então, a necessidade de democratização dos cinemas no Brasil. Para tanto, é preciso que a Ancine – Agência Nacional de Cinema – amplie o acesso da população aos cinemas. Isso ocorrerá por meio do incentivo fiscal às empresas do ramo, orientando a construção de mais cinemas nas regiões periféricas, a redução dos preços dos ingressos e a concessão de gratuidade de entrada para a parcela da sociedade pertencente às classes menos favorecidas, como indivíduos detentores de renda familiar inferior a um salário mínimo. Dessa forma, mais brasileiros terão a possibilidade de acesso aos cinemas e, finalmente, a isonomia será garantida nesse contexto, reduzindo a desigualdade entre a população."
1. Após a leitura do texto, responda:
a) Qual a finalidade de texto como esse?
b) Qual estratégia a autora usou para contextualizar o tema?
c) Qual é a tese/ problema que a autora expõe na introdução
b) Qual estratégia a autora usou para contextualizar o tema?
c) Qual é a tese/ problema que a autora expõe na introdução
2. Sobre o segundo parágrafo do texto:
a) Explique o argumento utilizado pelo autora para defender a tese que ela formulou na introdução.
b) Que teórico a autora citou no texto e com qual finalidade?
.
c) Que expressão coesiva, a autora usa para relacionar o segundo parágrafo com a introdução de seu texto?
b) Que teórico a autora citou no texto e com qual finalidade?
.
c) Que expressão coesiva, a autora usa para relacionar o segundo parágrafo com a introdução de seu texto?
3. Releia o segundo parágrafo do texto e responda:
a) Qual expressão coesiva foi usada para relacionar o terceiro parágrafo com o segundo?
b) Explique o argumento utilizado nesse parágrafo.
b) Explique o argumento utilizado nesse parágrafo.
4. Observe novamente o último parágrafo do texto:
a) Qual expressão coesiva é usada para concluir o texto?
b) Complete o quadro abaixo com base na proposta de intervenção defendida pela autora.
5. Sobre o gênero dissertativo-argumentativo no ENEM é INCORRETO afirmar que:
a) Esse gênero textual exige que se construa e defenda um ponto de vista. Deve propor uma tese inicial.
b) O autor se vale de argumentos, de fatos, de dados, que servirão para ajudar a justificar as ideias que ele irá desenvolver.
c) Na conclusão, o autor deve apresentar uma proposta de intervenção para o problema.
d) Não é obrigatoriamente necessário os parágrafos terem relação entre si, pois cada parágrafo é uma nova ideia e não precisam ter nada a ver com o que foi dito antes.
e) É escrito de forma impessoal, distanciando-se de subjetividades do autor.
b) O autor se vale de argumentos, de fatos, de dados, que servirão para ajudar a justificar as ideias que ele irá desenvolver.
c) Na conclusão, o autor deve apresentar uma proposta de intervenção para o problema.
d) Não é obrigatoriamente necessário os parágrafos terem relação entre si, pois cada parágrafo é uma nova ideia e não precisam ter nada a ver com o que foi dito antes.
e) É escrito de forma impessoal, distanciando-se de subjetividades do autor.
Aula por Joelma Barreto
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